Jessica Bachega
Alguns funcionários da Rádio Cidade Bela FM, de Campo Verde - MT, passaram por momentos de terror na tarde desta quinta-feira (18) quando permaneceram reféns de um assaltante, por cerca de uma hora.
O acusado, Bruno Darvin Silva de Carvalho (25) fugia dos seguranças de uma empresa da cidade, quando entrou na sede da emissora, por volta das 13:10 horas.
Segundo o porteiro da rádio, ele estava na portaria quando a esposa de um dos funcionários trancava sua moto e saia do local, quando ouviu gritos dos seguranças orientando que eles trancassem o portão e fossem para dentro do escritório da emissora. Nesse momento, a vítima viu o suspeito armado se aproximando. Instintivamente ele e a mulher que estavam no local fugiram para dentro do local e se trancaram em uma das salas, sendo seguidos pelo suspeito. “Não pensei que fosse um assalto. Achei que fosse uma dessas pessoas desiquilibradas que saem por ai matando todo mundo. Achei que se eu esperasse e trancasse o portão ele atiraria na gente”, relatou o porteiro.
Conforme declaração do jornalista Aleandro Seron, que permaneceu sob a mira do revólver do suspeito durante a negociação com a polícia, ele estava na sala da redação da rádio, quando ouviu alguém gritando. Ele não soube identificar o que a pessoa gritava e foi ver o que era. “Quando eu sai da minha sala e fui ver, encontrei o rapaz armado que disse que era um assalto e que queria a chave do carro para fugir. Nesse instante o capitão da Polícia Militar, Henrique, chegou”, conta o jornalista. “O suspeito ficou o tempo todo com a arma apontada para mim enquanto conversava com a polícia”, relembra.
Os demais funcionários que estavam no local permaneceram trancados nas salas, tentando se proteger do assaltante.
A negociação
Quando a polícia chegou e tentou negociar a soltura dos reféns, o suspeito Bruno, exigiu um promotor de justiça junto na negociação para que ele soltasse a vítima. O promotor de justiça, Arivaldo Guimarães, participou da negociação e após alguns minutos, o suspeito liberou o jornalista e se rendeu. “Ele exigiu a presença do Ministério Público. Não tenho treinamento para esse tipo de ação, mas atendi a solicitação de apoio. O rapaz queria se entregar com sua integridade física garantida”, frisou o promotor. “Ele até desconfiou que eu fosse mesmo promotor. Não me conhece. Mas talvez sem a presença de uma autoridade ali seria mais difícil dele se entregar. Queria uma garantia de que não aconteceria nada com ele ao se render”, declarou o promotor de justiça.
O suspeito portava um revólver calibre 38, com duas munições intactas.
Perseguição
Aos serem acionados por meio do botão de “pânico”, da loja de celulares, três seguranças se deslocaram até o local. Quando chegaram, encontraram os dois suspeitos na calçada, já saindo da loja. Um dos seguranças relatou que um dos suspeitos tentou atirar contra outro segurança duas vezes a queima roupa, porém a arma falhou. Na terceira tentativa o disparo foi efetuado, mas ninguém se feriu.
Os bandidos fugiram a pé, seguidos pelos seguranças. Um de carro e dois a pé. Durante a perseguição, que durou algumas quadras, os suspeitos efetuaram mais quatro disparos contra os seguranças. Porém nenhum os acertou. Também durante o percurso, os suspeitos tentaram parar um carro para fugir, porém o condutor que estava com os vidros do veículo fechados, não parou. A certa altura do percurso, os suspeitos se separaram. Um deles foi em direção a emissora de rádio e o outro fugiu para uma área de mata próximo a cidade. “A gente gritou para que as pessoas que estavam no portão da rádio entrassem. Eles correram, e o suspeito conseguiu entrar no estabelecimento também”, conta um dos seguranças.
O roubo na loja de celulares
As funcionárias da loja disseram que a dupla chegou ao local se passando por clientes e e pediram para o olhar o celular modelo S4. Nesse momento, Bruno segurou o braço da atendente e falou que era um assalto, para ela colocar os celulares na mochila. A vendedora abriu a vitrine e começou a encher a bolsa. Nesse memento os seguranças já tinham sido acionados. Ao todo, os suspeitos levaram duas mochilas e uma caixa cheia de celulares, R$20, do caixa e uma corrente de uma cliente. O comparsa de Bruno ainda ameaçou uma das atendentes para que ela não olhasse para ele.
Os suspeitos saiam da loja quando foram surpreendidos pelos seguranças que chegavam ao local. Na fuga os produtos do roubo foram deixados para trás. O proprietário da loja não soube informar se tudo tinha sido recuperado. Essa é a quarta vez que a loja é alvo de assaltantes.
O suspeito
Encaminhado para a delegacia, Bruno Darvin informou em seu depoimento que era de Cuiabá e que trabalhava em uma loja de departamento. Disse também que era formado em administração, tendo estudado em uma universidade particular de Cuiabá.
O rapaz não quis falar com a imprensa. Não foi divulgado se ele tem mais passagens pela polícia. A Polícia Militar (PM) lavrou o Boletim de Ocorrência (BO) para os devidos fins. O segundo suspeito ainda não foi capturado.
FONTE: CLIQUEF5.COM.BR